sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Cicloviagem em Família - Caminho dos Anjos - Introdução

Em outubro de 2014 fizemos uma cicloviagem pelo Chile, saindo da capital Santiago e pedalando rumo à Casablanca, passando por Viña del Mar e Valparaíso.

Acabei não registrando o pedal e me arrependi. :(

Esse ano decidi, muito antes de escolher o destino da cicloviagem, que gravaria os trechos via Strava e depois postaria no blog, para registro e também para possíveis consultas de ciclistas que eventualmente tivessem interesse em pedalar pelos mesmos trechos.

A gente tinha a intenção de pedalar pela Patagônia, mas o preço das passagens em julho é assustadoramente alto, então mudamos os planos.

Todo ano eu sou a responsável pelas viagens em família: escolho o destino, faço o roteiro, compro as passagens, reservo as hospedagens e também faço as malas.

Esse ano deixei nas mãos do Bruno, que escolheu pedalar pela Serra da Mantiqueira. No começo eu torci o nariz, mas no fim das contas achei que foi uma ótima escolha e aproveitamos demais cada dia!!

O Bruno começou a traçar o roteiro e descobriu que havia, nas cidades onde ele planejava passar, um caminho já estabelecido: o Caminho dos Anjos.

Paisagens deslumbrantes pelo Caminho dos Anjos.

Pela praticidade de já ter o caminho traçado, planilha altimétrica e indicação de hospedagem barata, optamos por seguir o Caminho dos Anjos mesmo, saindo de Passa Quatro.

O Caminho dos Anjos, assim como outros Caminhos que temos no Brasil (Caminho do Sol, que eu e o Bruno percorremos em 2013, Caminho da Luz, Caminho da Fé, etc) são rotas de peregrinação onde o caminhante (também conhecido como peregrino) e/ou o ciclista percorrem trechos previamente estabelecidos até chegar ao destino final, assim como o Caminho de Santiago de Compostela. Cada pessoa pode decidir fazer 1 ou mais trechos por dia, conforme a disposição física e a disponibilidade de tempo.

O Caminho dos Anjos tem 231km no total e, como tínhamos 9 dias inteiros de pedal, o Bruno optou por pedalar apenas 1 ou 2 trechos por dia, para que pudéssemos aproveitar todo caminho e também os pousos.

Nosso roteiro inicial ficou dessa forma:

- Dia 0: ônibus saindo da Rodoviária do Tietê rumo a Passa Quatro;
- Dia 1: Passa Quatro a Itamonte (20,2km) + Itamonte a Sítio Moana (15,2km) - 2 trechos;
- Dia 2: Sítio Moana a Alagoa (27,8km);
- Dia 3: Alagoa a Vale do Matutu (25km) - fora do caminho, mas quisemos incluir;
- Dia 4: Vale do Matutu a Aiuruoca (aproximadamente 13km);
- Dia 5: Aiuruoca a Canto das Bromélias (16km);
- Dia 6: Canto das Bromélias a Espraiado do Gamarra (24,7km);
- Dia 7: Espraiado do Gamarra a Caxambu (21km)
- Dia 8: Caxambu a São Lourenço (26km) + São Lourenço a Pesqueiro 13 Lagos (28,5km) - 2 trechos;
- Dia 9: Pesqueiro 13 Lagos a Passa Quatro (24km).

Olhando assim parece fácil, né?? Média de 25km/dia, bem tranquilo... Só que não!!

Vou fazer posts detalhados por trechos pois senão vai ficar um texto gigantesco com muita informação junta, ok??

Então aguarda aí que logo mais tem a primeira parte do Caminho dos Anjos.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Fase: livros de viagem

Ando numa fase assim, querendo viajar. Mas não uma viagem de uma semana pro nordeste, ou de fim-de-semana pro campo.

Ando numa fase viagem sem prazo.

Meio descontente com os rumos da minha vida... Tenho um "bom" emprego, estabilidade, moro num apartamento legal, meu filho estuda na escola que eu queria que ele estudasse. Mas.......

Esse "mas...." anda me incomodando. Estou desanimada com a humanidade e gostaria muito de viajar pelo mundo sem pressa, sem tempo, sem roteiro...

Foi aí que entrei no Blog Pedaladas, da querida Ada, e li um post com o título Viajando com as palavras e imagens.

O aniversário do meu marido estava chegando, então fiz uma surpresa para ele: comprei o livro do Antonio Olinto, No Guidão da Liberdade. Ele está lendo e amando, e eu não vejo a hora dele terminar logo pra eu poder ler.

E fiquei com infinita vontade de ler os livros do Amyr Klink depois de ler em vários blogs de viagem, além do da Ada, sobre ele. Peguei Cem Dias Entre Céu e Mar e Paratii entre dois Pólos. Gostei muito dos dois, mas o primeiro é simplesmente perfeito.

Em Cem Dias, Amyr faz uma viagem doida remando da África até o Brasil. O planejamento conta com tantas coincidências que me faz ter certeza de que, quando a gente se mobiliza, o mundo se mobiliza junto.

Ele, somente com as forças, sem vela nem motor, fez essa travessia que muitos não acreditavam.

Amei demais.

Então, fica a dica.


segunda-feira, 7 de abril de 2014

Meio Desafio Rural 56km

No domingo passado, 06/04/2014, fui participar do Meio Desafio Rural - Etapa Fazendão. 56km de trilha.

Entrei no site do Desafio Rural, olhei o mapa, vi a altimetria e achei bem suave. Menos de 700m para 56km, moleza!!

Ledo engano... Na minha marcação do Strava foram quase 1.600m de altimetria acumulada....

Enfim, fomos só eu e o Igor (meu filho, de 12 anos). Fomos tranquilamente, em ritmo de passeio, curtindo o caminho.

                                         Igor com certificado de conclusão, e eu com sorriso!
 
O Igor pedalou bem pra caramba, e apesar das várias subidinhas boas pelo caminho, não empurrou nenhuma vez!! Tão orgulhosa!!

O dia amanheceu nublado, e quando o sol abriu, abriu MUITO!! Um solzão de rachar o coco, mas tudo bem, porque em trilhas a gente sempre encontra uma sombrinha. E assim fomos, devagar e sempre. Conseguimos manter um ritmo bom antes do sol chegar com força, mas a verdade é que eu não estava preocupada com o tempo. Só queria que o Igor terminasse bem.

Faltando uns 2km pro PC1, pegamos uma descida bem técnica, cheia de cascalho e pedras soltas, sem contar umas pedras grandes "plantadas" no solo e umas "valas" por onde deve correr a água da chuva. A gente descendo com o freio totalmente acionado, enquanto o pessoal que já estava na volta subia empurrando... Eu fiquei morrendo de medo dessa subida na volta, mas conseguimos vencê-la sem muito sofrimento.

Quando cheguei no PC1, fui pegar meu passaporte pra carimbar e... e... Epa, cadê ele??

Vacilo #1: perder o passaporte. Ainda bem que não era um brevet, senão eu ia começar a chorar lá mesmo! Ahahahahahahhaha

Tudo bem, o importante foi o Igor carimbar o passaporte e participar.

A volta foi mais sofrida. O Igor começou a mostrar sinais de cansaço, ou seja, ficou emburrado, parando a cada sombra e reclamando um pouco. Eu nem dei muita bola, mesmo porque não tinha o que ser feito.

O obriguei a se alongar quando ele reclamou de dor na perna, obriguei a se alimentar e dei uma bronca porque ele não encheu a caramanhola quando teve oportunidade, mesmo eu dizendo que aquele era o último local para comprar água antes da chegada.

Um sermãozinho básico sobre a importância da água na prática do ciclismo e seguimos em frente.

Chegando no asfalto, ele não conseguia me acompanhar. Eu estava com minha bike Miyamura Touring e pneu Continental King Cross 700x35c, sem suspensão. Bicicleta leve e pronta para tudo.

Já ele estava de MTB Merida (que é minha, aliás), de suspensão. Bicicleta de alumínio, é até que leve, mas ele não dava conta. E olha que ele estava com um pneu ótimo, que eu adoro pra fazer trilha porque são resistentes e ao mesmo tempo são ágeis. Pneu WTB Wolverine 26 x 1,75.

                                         Que canseira!!

Tudo bem, a gente entende. Muitas subidas, sol e calor e 56km já vencidos... Só me restou compreender e ir no ritmo dele.

Terminamos o Meio Desafio fora do horário (e eu, sem passaporte...), mas terminamos.

Além de um pedal bem gostoso, ainda curtimos um tempo só nós dois, mãe e filho, num ambiente diferente e fazendo algo que gostamos. Simplesmente tudo de bom!!

quarta-feira, 2 de abril de 2014

A bicicleta e a poluição

Após muito reclamar do metrô e xingar os governantes pelo caos do transporte público em São Paulo, vim de bike hoje.

Olhei a previsão do tempo, que dizia que hoje iria chover 10mm. É bastante coisa se chover tudo de uma vez, na mesma região.

O meu primeiro pensamento foi que eu deveria vir de metrô, já que tem previsão de chuva. E imediatamente lembrei do metrô rodando com velocidade reduzida, mais cheio e com os passageiros molhados e cheirosos.

Não... Melhor arriscar e vir pedalando.

O tempo estava fresco pela manhã. O trânsito, caótico como sempre. Mas o principal problema foi a poluição.

Nossa, que poluição!! O negócio está tão tenso que dá pra ver uma camada cinza cobrindo o horizonte como se fosse um manto.

Bebi água todas as vezes que pude, e fiquei feliz de saber que eu não contribuo com a poluição 2 vezes: primeiro não comendo carne (vocês sabiam que a produção de carnes e laticínios é a principal causa de poluição?) e segundo não vindo de carro para o trabalho.

Tem gente que diz que a gente respira mais poluição quando anda de bicicleta. Sabe o que eu acho? Eu nem ligo. O importante é fazer o que nos dá satisfação.

No mais, é isso... Não ando lendo nem ouvindo nada.... Ando só esperando pela chuva que vai dissolver o manto cinza e deixar tudo mais respirável.

terça-feira, 25 de março de 2014

Dia perfeito e eu... espremida no metrô.

Hoje está um lindo dia de outono. Céu azul, pouquíssimas nuvens e temperatura agradabilíssima. Previsão de chuva: zero.

O dia está perfeito para ir de bike ao trabalho, mas eu opto por ir espremida no metrô.

Não importa quantas desculpas eu dê, a verdade é que a maldita zona de conforto (que não tem nada de confortável) me faz optar pelo caminho de sempre, o mais fácil, o mais cômodo (que quase nunca é o mais agradável).

Vim de metrô. Esmagada. Vi algumas pessoas pedalando na Paulista, felizes da vida. Senti uma pontinha de inveja. Inveja não. De ressentimento por ter cedido às vontades da minha zona de (des)conforto.

Ok. Pelo menos usei o tempo do deslocamento para ler.

Antes de falar dos livros que li, tenho um parênteses.

Via muitas pessoas lendo sobre "A culpa é das estrelas", de John Green, e quis ler. Fui na Saraiva online e comprei o box do John Green em inglês, que saía mais barato que comprar os livros em português. Ah, se arrependimento matasse.............

Vamos lá aos livros:

- The Fault on Our Stars, de John Green (A Culpa é das Estrelas, em português): é um livro que aborda um tema triste - câncer em jovens - de forma leve, do ponto de vista de uma menina com câncer em fase terminal, a Hazel. Hazel é uma adolescente que leva uma vida (quase) normal. Ela tenta encarar tudo de forma prática e de um modo a deixar tudo mais fácil para quando partir. Ela é realista e sabe que é questão de tempo para que o câncer a leve.

Hazel conhece um rapaz, Augustus, que teve câncer mas conseguiu vencê-lo. Eles vão viver uma história bem bonitinha de amor adolescente. Talvez um pouco mais intensa do que uma história de amor adolescente comum, mas ainda assim, não passa de uma história bonitinha. Até chorei em algumas partes do livro. Mas, sinceramente, o máximo que pude achar é que é um livro "bonitinho".

Leria de novo, pois é fácil de ler. Acho que preciso ler livros adultos....

- An Abundance of Katherines, de John Green (O Teorema Katherine, em português): estou lendo ainda. Mas não está fácil...

Não que a leitura seja difícil, mas não me prende. Vou terminar de ler essa semana e posto algo mais concreto...


quarta-feira, 19 de março de 2014

Audax 200km Rio das Ostras/RJ

Em 16/03/2014 teve a primeira prova de Audax 200km da série 2014 do Audax Rio, que foi na tradicional cidade de Rio das Ostras/RJ.

Muita gente critica os brevets que acontecem em Rio das Ostras, dizendo que é muito fácil. Mas vou dizer, ó: foi muito difícil.

De fato, a altimetria é suave. Não se tem subidas longas e íngremes como em Holambra ou Boituva, provas que são organizadas pelo clube Audax Randonneurs São Paulo, mas em compensação, que vento era aquele?? (Tá bom, gente... Boituva também tem um vento dos infernos. Mas como não pedalei em Boituva com vento, não posso comparar.)

Depois de fazer 200km e 300km em Rio das Ostras/RJ em 2012, e não conseguir concluir os 300km e 400km em São Paulo no mesmo ano, nem os 200km em 2013, desencanei. Não concluí nenhum brevet em 2013 e tinha certeza que minha breve carreira no Audax tinha chegado ao fim.

Eis que meu filho, que está com 12 anos, pediu pra fazer uma prova. As provas em São Paulo, mesmo os desafios de 100km são muito puxadas para a idade dele. Resolvemos então levá-lo para Rio das Ostras.

Aproveitando que ele faria o desafio de 60km, me inscrevi nos 200km. Achei que ia abafar (mesmo sem treinar), afinal, subidas são problema e lá não tem subidas. Meu único medo era o caminho.

Tomei vários tapas na cara durante a prova. O caminho já era meio conhecido meu, pois a rota pouco mudou em relação a 2012. Mas o vento..................

No sábado, chegando na cidade, percebemos que o vento estava muito forte, então eu já sabia que estaria tenso no domingo. Só não sabia que seria TÃO tenso.

Subestimei o vento e quase me lasquei.

Fui "socando a bota" até o primeiro PC - posto de controle no km 50. Estava bem e não estava lerdando. Parava nos PCs e PAs - postos de apoio, somente o necessário e saía. A ideia de que eu estava abafando se concretizava.

Mas saindo do primeiro PC em Macaé comecei a sentir o vento contra.

Até o PA em Carapebus, com aproximadamente 77km pedalados, eu sofri um pouco. Estava BEM quente, mas eu não percebia por conta do vento forte. Temperatura em torno de 43ºC, ventos fortes que não deixavam a bike ir a mais de 10km/h no plano e uma ciclista sem noção e sem treino formavam a receita do fracasso.

Uma hora eu parei numa sombra e fiquei imaginando que iria desmaiar. O mundo girava ao meu redor, tudo parecia muito claro e meio brilhante... Parei, bebi muita água, comi um pouco e fui cambaleando até o PA. E saí do PA confiante que chegaria até Quissamã, no PC2, com 105km, super bem.

Só que eu demorei MUITO pra chegar até Quissamã. O pedal não rendia, por mais força que eu fizesse. Mesmo deixando as marchas bem leves, não dava... Comecei a me desesperar.

Pensava em pedir carona pros carros que passavam. Pensei em pedir pra alguém de moto me empurrar. Pensei em ligar pra pedir resgate.

E pensando na desgraça eu ia, devagar e sempre.

No auge do meu desespero, comecei a conversar com Deus. Veja só, eu nem sou religiosa!! Mas o desespero era tanto, que pedi por um sinal de que Ele existia.

Eu pedalava e chorava e pedia a Deus pra me dar uma luz de que estava tudo certo. Nisso, no fim de um micro morro, aparecem dois ciclistas que passam e gritam "faltam só 4km!".

Eu sabia que não eram só 4km porque meu velocímetro mostrava que eram no mínimo 9km. Mas o sinal de Deus não poderia ser mais claro: eu estava quase chegando, era só ter fé e pedalar.

Assim eu fui, parando em algumas sombras, pensando em empurrar e desesperada.

Quando vi o pórtico de entrada da cidade de Quissamã, respirei aliviada. Mas foi só pegar a rotatória da cidade e entrar na ciclovia que senti o vento mais forte e totalmente de frente, totalmente contra mim. Comecei a chorar forte mas não saíam lágrimas. Acho que eu estava desidratada então não tinha nada pra sair! Ahahahahahaha!

Que desespero. Os poucos quilômetros até Quissamã foram feitos com muita dificuldade, mas quando vi os cones que indicavam a entrada do PC, acelerei e cheguei.

Correi e perguntei se dava tempo ainda, afinal tinha certeza de que tinha estourado o tempo. Até estava com o tempo para aquele PC estourado, mas se eu corresse, daria para terminar o brevet no tempo limite de 13h30 de pedal, ou seja, até às 21h10. Achei que era a última a chegar, mas depois de mim chegaram vários ciclistas.

Comi o tradicional macarrão oferecido pela Prefeitura de Quissamã e tomei uma Coca de 600ml inteira! Fazia só uns 15 anos que eu não tomava mais de um gole de refrigerante. Mas foi necessário porque eu estava só o pó da rabiola.

Também não me demorei no PC de Quissamã. Comi, tomei a Coca e saí. Correndo, literalmente.

O vento estava a favor agora, então não precisava me esforçar muito pra ir a 25km/h. Ainda bem, porque para chegar em tempo no PC3, que seria em Macaé também, eu teria que fazer uma média de 25km/h.

Eu parei de fazer contas de tempo, somente pedalava. E não é porque eu estava com vento nas costas que eu não pensava em desistir. O caminho até chegar em Carapebus é muito isolado. São estradas asfaltadas mas pouco movimentadas, então a solidão me deixava assim, abalada.

Mas continuei, firme e forte. Mais forte do que firme. Em muitos momentos as pernas não obedeciam e eu pensava que nunca mais ia poder descer da bicicleta pois não teria força para "desclipar"...

Cheguei em Macaé cedo, muito antes do que eu imaginava. Faltavam ainda 3 horas para terminar o brevet, e pouco mais de 40km. Estava fácil!!

Dei uma sorte danada e encontrei vários ciclistas bons em Macaé. Formamos um grupo de 10 pessoas e fomos pedalando pela cidade, em meio ao trânsito e aos carros, fazendo uma média alta.

Conversei, me diverti muito nesse último trecho e não precisei pedalar no escuro sozinha. Estava feliz e realizada, pois o sol e o vento não castigavam mais e eu não estava sozinha. Nem sentia que estávamos pedalando num ritmo bem forte. Eu somente acompanhava o grupo e aproveitava a minha vitória!! Estava tão feliz!!

Minha gratidão eterna a todos que me acompanharam.

Chegamos em Rio das Ostras às 20h05, com folga de 1h05 para o término da prova.

Estava cansada mas muito feliz!

E agradeci a Deus, afinal de contas, Ele me ajudou demais. Agradeci por ter um corpo que, apesar de bem gordo, me permite fazer coisas que muita gente malhada não consegue. Agradeci por ter a saúde e a capacidade de pedalar que eu tenho, mesmo tomando anticoagulante diariamente. Agradeci por não ter nenhum pneu furado. E agradeci pelo apoio do marido e do filho.

Tinha pedido pra não ter nenhum pneu furado e não tive. Minha bicicleta funcionou perfeitamente, apesar do fit não estar adequado. E o selim não me deixou com dores na bunda. Tudo deu certo. Não tinha como ser melhor.

Se eu vou fazer os 300km?? Acho meio difícil responder agora. Tenho vontade, mas não tenho preparo....

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Para quem não sabe o que é uma prova de Audax, explico rapidamente: o nome correto para a modalidade é Randonnée, visto que a média de velocidade das provas é de 15km/h. Nas provas de Audax, a média é de 22,5km/h, mas por algum motivo no Brasil misturamos tudo. Você pode ler mais aqui. Você pode entender um pouco mais da história sobre a criação dos Brevets aqui, e o regulamento dos Brevets Randonneurs Mundiais aqui.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Escolhas

Em abril de 2013 comecei a trabalhar na Avenida Paulista.

Eu, que moro na zona norte de SP, tenho algumas opções para vir pra cá:

- Carro: nunca vim. Tenho o meu carro mas raramente uso durante a semana. Acho totalmente inviável vir para a Paulista dirigindo porque, além do trânsito infernal, eu ainda me torno um monstro assassino ao volante. Melhor evitar.

- Ônibus + metrô: só tem uma linha de ônibus que passa na rua de casa. O busão passa sei lá a cada quanto tempo, então quando venho com esse modal costumo caminhar até um ponto onde eu tenha mais opções. Sendo assim, o modal é na verdade 10 min caminhada + busão + metrô. E o ônibus costuma demorar uns 30 minutos ou mais para chegar ao metrô Santana. Somado com o tempo da caminhada e do metrô, dá cerca de 1h30. Demora muito e os ônibus ficam muito cheios e lentos, então eu somente uso esse modal quando vou trabalhar em horários alternativos.

- Carona + metrô: é o modal que mais utilizo. Marido me deixa no metrô e eu venho até aqui na lata de sardinha. Demoro entre 15 e 20 minutos para chegar ao metrô, e mais uns 40 minutos para chegar à Paulista.

- Carro + metrô: uso somente em caso de extrema necessidade pois o estacionamento do metrô é nada menos que R$ 24,00 a diária. Acho um assalto à mão armada e só utilizo quando vou ficar sem carona na ida e na volta, o que raramente acontece.

- Taxi + metrô: utilizo quando não há possibilidade de carona em uma das viagens (ida ou volta). Pago cerca de R$ 15,00 até o metrô. Demora uns 5 minutos para o taxi chegar, após chamá-lo pelos APPs EasyTaxi ou 99 Taxis, ou ainda por telefone, pela Lider Taxi. E mais os 15 a 20 minutos até o metrô, e os 40 minutos até a Paulista.

- Bicicleta: utilizo quando a preguiça não me vence, quando não estou em período menstrual (oi? Pois é... Depois eu explico), quando não vai chover e quando estou inspirada. É o melhor modal ever. Não gasto nada, faço um exercício, queimo gorduras, chego feliz e não dependo de carona nem fico entalada na lata de sardinha do metrô. Demoro entre 50 minutos e 1 hora.

Aí eu me pergunto: se de todos os modais a bicicleta é o melhor, por que eu não a utilizo todos os dias?

Boa pergunta.

Posso dizer que a "zona de conforto" me diz que é "melhor" utilizar o metrô lotado e lerdo, e algumas vezes fedido, depender de carona na ida e na volta e ainda gastar R$ 6,00 da passagem do metrô do que pegar minha bike e vir feliz da vida. Vai entender....

Não dá pra entender, né? Então leia este post que fala sobre zona de conforto.

Beijinho